Depois eu serei feliz

Vocês já pararam pra pensar o quanto nós protelamos a nossa felicidade?? “Quando eu me formar aí eu farei tal coisa”, “Quando eu conseguir meu carro, aí sim as coisas melhoram”, “Quando eu tiver a minha casa, com certeza serei muito mais completo”. E assim, esquecemos, completamente, que a vida é feita das pequenas felicidades que ocorrem quando estamos tentando planejar o nosso futuro.

Uns dias atrás, acompanhando a vida alheia das pessoas que sigo nas redes sociais, percebi que uma aluna muito querida fazia planos em seu Twitter para o seu futuro. Me peguei observando aquele post e me identificando muito com ele. Percebi que na maioria das vezes, sou exatamente aquela pessoa. Aquela que, na ânsia de conseguir mais e mais, acaba por esquecer de comemorar as pequenas alegrias da vida. Acho que já cheguei a comentar em um de meus textos o quanto sinto dificuldade em perceber as conquistas que obtenho e, por consequência, muito dificilmente me permito celebrar por elas.

E quando falo em conquistas, não estou aqui incluindo aqueles objetivos que nos fazem mover mundos e fundos (e sabemos que eles existem). Me refiro aos pequenos passos do dia a dia que nos permitem apreciar a beleza da vida. Agora mesmo, estou digitando este texto e apreciando a brisa que entra de minha sacada, e não faz nem 5 minutos, tomei um café quentinho, mordiscando umas paçocas (um hábito cultivado desde a época da faculdade). Para não soar presunçoso e querer estabelecer a minha rotina e visão de vida como a régua da humanidade, antes de ir ao mercado e buscar o necessário para preparar o almoço, observei que em uma das casas mais simples do bairro havia uma família fazendo o seu churrasco. Eles me pareciam genuinamente felizes, curtindo aquele momento tão precioso, sem se preocupar com o que viria depois.

Às vezes, acredito que nos acostumamos tanto a uma vida corrida que não conseguimos mais parar para entender o que nos faz feliz. Simplesmente deixamos que os minutos de alegria sejam dispersados pelo tempo e logo já estamos correndo atrás de mais uma “sarna para nos coçar”, como já diria minha mãe. A verdade é que a gente precisa parar. Precisamos interromper este ciclo vicioso e prejudicial, porque a felicidade não pode ser mais postergada.