E a vida que você não aproveita
- gustavorodrigues937
- 28 de mar. de 2022
- 2 min de leitura

Eu sou ansioso. Assim como a muitos brasileiros, a minha ansiedade aumentou durante esse período da pandemia, e lidar com ela foi e ainda está sendo um dos maiores desafios. Por consequência, grande parte da minha vida, eu acabo adiando, acreditando que mais pra frente eu serei mais feliz do que agora. Grande bobagem.
Essa última semana, em uma das conversas com meus alunos do terceiro ano, o assunto foi esse, o que me fez aprender muito. Engraçado, porque para a grande maioria, é impossível a gente ter qualquer tipo de aprendizagem com pessoas dessa faixa etária. Bom, se todos realmente soubessem o quanto aprendo com eles a cada ano ficariam espantados com a total ignorância falocêntrica por aí. Eram apenas 7:20 da manhã quando a conversa, a partir de uma reflexão, iniciou sobre o quanto, por conta da ansiedade, colocamos a nossa felicidade para frente. O quanto esperamos para conquistar algo e deixamos que aquele objetivo nos tome tanto a ponto de nos paralisarmos no tempo para as coisas que estão acontecendo ao nosso redor. E o durante? O que acontece no caminho enquanto ainda estamos preocupados com o futuro?
Foi aí que refletimos sobre a brevidade dos momentos. Enquanto ficamos planejando a felicidade que ainda está por vir, acabamos perdendo um cotidiano de eventos que talvez sejam tão importantes para nossa construção quanto aquele desejo enlouquecido de atingir um objetivo. E vejam bem, não há problema nenhum em fazer um planejamento. A questão fica quando deixamos de lado tudo aquilo que pode nos acontecer e está acontecendo por algo que ainda não fazemos nem ideia se realmente vai funcionar. Se funcionar, ótimo, perfeito. Estamos no lucro. Mas sempre há o "e se ". Então, nesse "e se?" Você conseguiu usufruir o durante?
Espero que essa reflexão não soe como uma autoajuda, até porque nem mesmo eu sei o como estou indo em minha própria caminhada. É bem provável que por conta da minha ansiedade, ainda esteja mais pensando nas possibilidades futuras do que presentes, então talvez esse palavreado todo seja bem mais para mim do que para qualquer outra pessoa. Mas se atingir a mais alguém, quem sabe juntos a gente consiga achar uma maneira mais leve de aproveitar o dia a dia, e se estressar menos com as questões que ainda não nos pertencem.




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