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Levantando-se da cadeira


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Por vezes, nos deixando levar pela correria do dia a dia e pelo cansaço que isso tudo acaba nos gerando, permitimos que nossos sonhos e desejos sejam apagados. Sentados, ficamos esperando que as coisas apenas aconteçam e nos transformamos em expectadores de nossas próprias vidas. Vamos, assim, levando-a de uma forma tão banal, que esquecemos aquilo que deveria ser a nossa mais nobre prioridade: nós mesmos.

Costumo pensar que muito facilmente a gente cresce, estuda, trabalha, alguns constituem família, outros não e, no geral, começamos a nos preocupar com as questões do cotidiano de forma prioritária. A comida está cara, o gás ainda continua acima das nossas condições, a luz, a água, enfim, tudo que consumimos está com o preço nos ares. A nossa atenção, que agora está voltada para o extinto mais natural do ser humano, a sobrevivência, não consegue nem ao menos ter a mínima unidade de observação para outras questões. O dia a dia do trânsito, seja dentro de um ônibus lotado, ou até mesmo em um carro, ainda que haja todo o conforto, vai consumindo e eliminando qualquer possibilidade de desvio para demandas mais existenciais. E quando chegamos de nossos trabalhos, temos em média apenas de 2 a 3 horas entre a janta e a hora de irmos para a cama e assim o dia acaba. Um contexto propício somente para a alienação.

A realidade que vivemos não nos permite que façamos muita coisa diferente disso, principalmente quando nosso cotidiano nos obriga a mantermos esse ritmo frenético diário. No final, acabamos todos baixando a cabeça e acreditando que essa é a única maneira de viver, mesmo que tenhamos que apagar nossos objetivos e sonhos. Esse final de semana, por exemplo, tive a oportunidade de ter uma experiência transcendental, que me ajudou a retomar um pouco as rédeas da minha própria vida e me fez perceber o quão leviano fui tendo exatamente esse tipo de comportamento, ao me tratar como observador dos acontecimentos. Mantive-me, durante esse tempo todo, sentado na cadeira olhando ao meu redor os eventos, esperando que, por algum tipo de milagre, tudo pudesse mudar. Com isso, talvez tenha perdido oportunidades e abandonado coisas que poderiam ter melhorado a minha vida.

Na verdade, é impossível de saber sobre o futuro, porque podemos somente compreender sobre as coisas presentes, e olhe lá. No entanto, ficar sentados diante do correr da vida com certeza não ajuda em nada. Mesmo que ficar na cadeirinha, só na contemplação de tudo, seja bom e muito confortável, apenas levantando-se dela temos a possibilidade de ver mais longe e melhor.

 
 
 

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