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Envelhecer é uma arte


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Poucas são as vezes em que paro na frente da tv para assistir aos filmes da Sessão da tarde, embora essa prática sempre me remeta a lembranças maravilhosas da minha infância. Por sorte, hoje decidi simplesmente interromper tudo o que estava fazendo para contemplar a mensagem belíssima do longa “Um senhor estagiário”.

Com Robert De Niro e Anne Hathaway (aqui acredito que não seria necessário qualquer tipo de apresentação), podemos observar no filme uma reunião entre duas gerações incríveis de artistas combinando o que há de mais clássico com o mais atual. Basicamente uma grande semelhança com a própria proposta da história. As personagens Jules Ostin, interpretada pela atriz também conhecida pelos seus papéis em “O diabo veste Prada” e “O diário da princesa”, e Ben Whittaker, representado pelo aclamado ator Robert De Niro, aprendem a conviver com as grandes diferenças que existem entre as suas gerações. Enquanto a empresária, uma jovem promissora, CEO de sua própria empresa vive um momento de ascensão e preocupação em conciliar sua vida profissional e carreira, o outro, já em seus 70 anos, decide retornar ao mercado de trabalho. Ambos, apesar de um começo turbulento, encontram nesta relação muitas vantagens. O “gap” existente entre as suas idades é o estopim para que os dois possam perceber um no outro as qualidades de cada uma das gerações, utilizando-as como meios de aprendizagem, ao invés de apenas focarem nas diferenças que poderiam os separar.

Infelizmente, na vida real, nem sempre isso acontece. É muito comum observarmos que em nossa sociedade aquele que está mais velho começa a ser colocado para escanteio, em detrimento dos jovens que estão chegando no mercado de trabalho. Sabemos o quão importante, obviamente, é o surgimento de mentes novas, que pensem de forma mais inovadora, mas não necessariamente este pensamento está ligado à idade das pessoas. Adoniran Barbosa já cantava em sua música “Envelhecer é uma arte” que “quando alguém me chamar de velho, sorria, cantando assim. Sou velho e sou feliz, mais velho é quem me diz.” A idade em si não diz muita coisa sobre quem a pessoa realmente é, mas suas experiências e o quanto elas estão dispostas para ao aprendizado, sim. No filme, a troca que passou a acontecer entre os protagonistas demonstrou exatamente isso. Independentemente das idades e dos encontros das gerações, tanto Jules quanto Ben se dispuseram a despir-se do rótulo social ao qual estamos cada vez mais fadados e permitiram-se ao conhecimento e a aprendizagem mútua, através de uma relação de respeito e cumplicidade.

O filme de 2015, disponível em algumas plataformas digitais, não apenas nos ensina que devemos aceitar as diferenças geracionais, mas que devemos também aprender a escutar o distinto, aquele que talvez não esteja tão próximo de quem somos. Talvez, dessa forma, consigamos construir uma sociedade um pouco mais acolhedora com aqueles que em algum momento já fizeram muito pelo mundo.

 
 
 

1 comentário


Henrique Mineiro
Henrique Mineiro
25 de fev. de 2021

Ótimo texto!

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