O mundo é feito de pequenos exemplos

Sempre acreditei na máxima de, se queremos algo acontecendo ao nosso redor, é preciso que essa ação seja feita primeiramente por nós mesmos. Praticando o bem, disseminando as boas ações e, assim, servindo de exemplo para as pessoas mais próximas.

Em 2000, quando eu ainda era um adolescente muito preocupado com a opinião dos outros e com medo do que poderiam pensar de mim, foi lançado o filme "Corrente do bem", de Mimi Leder, carregando consigo aquilo que eu já acreditava sobre o poder das nossas ações. Nele, a personagem principal, Trevor, um aluno ainda do ensino fundamental, é desafiado pelo seu professor a encontrar uma maneira de tentar mudar o mundo. Nessa proposta, cada aluno precisaria chegar a uma teoria possível que tivesse a intenção de trazer um estímulo a autorresponsabilidade e o bem para o próximo. O fato é que Trevor, sendo um garoto muito perspicaz, trouxe uma ideia bastante simples, mas inovadora. Com um exemplo mostrado no quadro, deixou muito claro que para que alcançássemos um nível de preocupação com as outras pessoas, bastava que cada um ajudasse pelo menos 3 indivíduos, e estes 3 fariam o mesmo com outras e assim sucessivamente em uma corrente do bem. Daí advém o nome do próprio filme.

Spoilers a parte (porque apesar de o longa metragem não ser nada novo, talvez muitas pessoas ainda não o tenham assistido) ele nos ensina a necessidade de termos responsabilidade uns para com os outros e que, individualmente, podemos atingir, sim, mudanças incríveis. Um exemplo bastante recente destes dias foi um vídeo que acabou viralizando no Tik Tok, aplicativo de vídeos muito popular entre os jovens. Nele, uma mãe explicava para sua filha o quanto era errado nos referirmos a um simples lápis pelo nome de "cor de pele", afinal, as cores que existem das pessoas são diversas, e talvez, em algum momento, um possível coleguinha da menina poderia ficar chateado por essa descrição. Ver esse vídeo foi uma das coisas que mais me alegrou naquele dia e, após uma semana, supreendentemente descobri que aquela mulher consciente, na verdade, era também mãe de uma de minhas alunas. Não perdi a oportunidade de parabenizá-la e dizer que seu ato não fora apenas uma atitude comum do dia a dia, mas um exemplo que repercutirá em sua filha mais nova e em muitas outras pessoas que viram o vídeo e a admiraram.

Embora estejamos vivendo um momento ainda muito triste de nossa história, são situações como essa que me recarregam dia após dia. São pessoas assim que reforçam a esperança que precisamos ter na humanidade, até porque o bem é feito de pequenos exemplos vindo de pessoas grandiosas.