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Quem você é de verdade?


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Eu voltei para terapia. Sei que há pouco fiz um texto me despedindo dela e dizendo o quanto eu estava grato pelo trabalho que ela tinha feito em minha vida. Mas a verdade é que precisei dela novamente e, logo de cara, me deparei com essa frase aí no meu segundo dia. "Quem é você de verdade, Gustavo?"

É claro que não ficarei aqui discursando sobre quem eu sou por dois meros motivos: primeiro, porque essa não é a proposta desse texto. Não vou ficar aqui explanando características minhas ou tentando afagar um ego quase não existente (rsrs). E segundo porque mesmo se eu quisesse assim fazer, eu não saberia responder. E esse é o problema da questão. Eu não sei quem eu realmente sou. Quando fui pego por essa pergunta, paralisei e não conseguia achar palavras que pudessem me descrever. Isso porque, após continuar dialogando com minha terapeuta e analisar a situação, entendi que o meu eu foi criado a partir das interações que tive com as pessoas durante todos esses anos e o quanto me tornei disponível para elas, tentando organizar minha vida dentro de seus sonhos, seus desejos e vontades. Nisso, me perdi e fiquei esperando que, em algum momento, meu tempo chegasse, para que assim eu pudesse iniciar minha própria história.

Tirando um pouco o meu da reta, porque ainda preciso estudar muito mais a fundo essas questões, entender mais quem somos e o que estamos fazendo de nossas vidas me parece ser um ponto crucial. Percebo que quando não lidamos com essas facetas do nosso psique, permitimos que ele esteja ao bel prazer de quem quiser manipular, usar em qualquer momento, seja por um descuido ou, até mesmo intencionalmente. Fazer terapia nos ajuda muito nisso. Nos auxilia a entender as nossas próprias vontades, aquilo que realmente queremos para nós, sem qualquer tipo de interferência externa nos dizendo qual seria o melhor caminho, ainda que seja por uma boa intenção. E voltar para as minhas sessões tem me ajudado muito nisso.

Enfim, espero não ter, assim como minha terapeuta, alugado um triplex na cabeça de vocês com essa pergunta. Nem sempre a gente tem tempo para interromper nossa rotina diária e nos questionar quem somos de verdade para além daquilo que a gente representa para o próximo, mas é importante que tenhamos noção da resposta, até para que nossas relações não sejam somente unilaterais, onde apenas um de beneficia.


 
 
 

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