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Sobre experiências e crescimento


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Nessa última quarta-feira, enquanto estava mexendo em meu Facebook (hábito que ainda pretendo diminuir), recebi uma daquelas notificações de lembranças. Era agosto de 2017 e, pela primeira vez, minha capacidade de ser um bom profissional tinha sido colocada a prova e, por consequência, fui dispensado pelo local onde trabalhava.

Aquela data, e consigo me lembrar deste fato até hoje, foi responsável por me proporcionar os piores sentimentos possíveis que já sentira em minha vida. Inutilidade, despreparo, desconfiança, são apenas algumas das sensações que posso descrever aqui para vocês. A verdade é que minha existência tinha sido, em poucos minutos de conversa naquele escritório, transformada em nada. Tudo o que havia aprendido em anos de faculdade e práticas de sala de aula não se adequavam às necessidades daquela renomada instituição e, assim, era preciso que eu fosse eliminado. Por muito tempo, após a demissão, carreguei comigo o amargo gosto da derrota e rejeição, como se algo de errado houvesse comigo. Onde foi que eu errei?? Em que momento não me fiz um bom professor?? Será que sou realmente bom no que faço? Enfim, foram tantas perguntas sem respostas que me obriguei a cobri-las com a vergonha de ter sido insuficiente para a única coisa a qual eu acreditava fazer bem: lecionar.

Algum tempo depois, não muito longe daquele agosto do desgosto, fui contratado por outra escola. Por medo de novamente falhar e acreditar ser inútil, travei por várias vezes, me bloqueei e permiti que o pesadelo de ser colocado a prova não mostrasse quem eu realmente era. Foi então que aprendi a escutar as pessoas que verdadeiramente tinham algo positivo a me dizer e a adicionar a minha vida. Claro que essa aprendizagem levou um certo período para acontecer e veio muito através da terapia. A partir dessa longa caminhada, percebi o quanto permitia, inocentemente, que pessoas (muitas delas desconhecidas ou pouco íntimas) dissessem quem eu era e qual era o meu valor. Me deixava levar pelas suas avaliações e julgamentos. Isso é péssimo e apenas me levava ao sofrimento. Hoje, eu entendo o quanto essa prática é perigosa, porque não traz à pessoa que escuta benefícios, apenas dúvidas e dor.

Agora que estamos em 2021, 4 anos após esse triste evento, consigo ver de forma muito mais concreta o que preciso para melhorar, afinal perfeito não sou, assim como ninguém é. Mas, acima de tudo, aprendi a partir dessa experiência que precisamos saber escutar as pessoas certas, e, principalmente, precisamos aprender a nos escutar e entender quem realmente somos, pois assim é possível encontrar o verdadeiro crescimento.

1 comentário


Rubiane Lazzeri
Rubiane Lazzeri
10 de ago. de 2021

Adorei o texto! E acho que compartilhar sua experiência com nós abre uma porta para a reflexão sobre quais críticas são realmente relevantes. Parabéns pelo texto.

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