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Um coletivo para chamar de meu


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Eu sempre escrevi. Desde pequeno, quando ainda pouco entendia sobre letras, já criava, entre histórias em quadrinhos, as minhas próprias versões e, para mim, aquilo fazia parte do meu universo. Mais recentemente, conheci um grupo de pessoas que, assim como eu, também são apaixonadas pela escrita. E para melhorar, não temos somente o gosto pelos livros e pela arte de escrever em comum. Todos temos, também, em nossas vidas as alegrias e as dores de termos nascido negros e isso diz muito sobre o nosso grupo.

Embora para algumas pessoas essa informação seja apenas um detalhe, para mim e, certamente, para esses meus colegas de coletivo, esta talvez seja “a” parte mais importante de nosso encontro. Isso porque para nós, exercitarmos nossa escrita e intelectualidade perto daqueles que são como a gente é essencial e ancestral. Estar entre pessoas que entendem nossas dores e medos faz com que consigamos nos fortalecer e compreender o quanto o nosso saber é grande.

Muitos de nós temos histórias compartilhadas que causaram cicatrizes bem parecidas. Seja aquela menina negra que fora ridicularizada pelo seu cabelo na escola ou aquele garoto pretinho cuja inteligência era sempre questionada. Enfim, o fato é que nos identificamos exatamente pelas mesmas questões. A escrita, neste meio, através de nossos contos, crônicas e poemas, nos possibilitou de forma coletiva o empoderamento e a busca por um local de fala onde possamos ser respeitados.

Nesse coletivo estamos dividindo sonhos e desejos. Desejos que talvez sejam muito difíceis de serem alcançados, uma vez que o racismo nos impede de chegar a lugares onde nós, com nossas peles, não somos bem quistos. No entanto, agora, sabemos que temos uns aos outros e é exatamente essa nova realidade que me faz acreditar num futuro em que possamos crescer juntos.

 
 
 

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